domingo, 28 de abril de 2013

Saturday 1!

No sábado, a Loretta e o Joe (host do Boneli) nos levaram para as montanhas.
Para começar o dia, um café da manhã rápido e gostoso. Aveia com blueberries! Mas eles cozinham a aveia com água e só acrescentam um pouquinho de leite para servir, além de manteiga (bem pouco) e mel. Acrescentam as blueberries e, aí está! Eu sempre via isso nos meus livros de inglês, mas achava que ficava ruim cozinhar com água.. não! Fica delicioso!
 
Fomos em direção às montanhas, mas paramos no centro de Mooresville para conhecer.



Passamos por um ponto de encontro de veteranos de guerra: Richard's Coffee Shop, uma espécie de café onde eles se encontram toda quinta e sábado para viver a vida (são sobreviventes!), contar suas histórias e tocar suas músicas. Vemos muitos museus e memoriais por aqui, o que faz com que conheçam sua história. E para comparar, com exceção de Charlotte, as cidades vizinhas não são tão grandes, 30 a 50.000 habitantes, então essa é uma diferença grande.

 
 
Eles queriam conversar e contar seus relatos

Depois fomos para uma lojinha de doces (Suggar Popp's) que a Loretta adora e queria que conhecêssemos. É claro que eu e a Jaque só conseguíamos pensar nos nossos filhotes lá e compramos docinhos para eles (e para nós também, of course!).



De lá fomos para Blowing Rocks, uma cidade nas montanhas que lembra muito Gramado.. aquele clima de cidade de serra, paisagem típica de clima mais frio. Muitas árvores ainda estavam em dormência e por aqui a primavera já começou.


 

Esse era o nosso destino do dia: conhecer a loja do Steve.
Deixem-me falar um pouco dele. O Steve viajou para o Brasil e viu crianças necessitadas no nordeste. Quis saber um pouco da história delas e dos motivos disso. Aprendeu português sozinho e viajou outras vezes para lá. Voltou e contou para sua esposa. Os dois voltaram e adotaram quatro crianças brasileiras, entre 8 e 13 anos, o que torna a chance de adoção mínima, porque normalmente as pessoas preferem bebês ou crianças até 2 anos. E eles já tinham quatro filhos biológicos, então depois de passar por todo o processo de adoção, quando finalmente buscaram as crianças ele nos contou que só pediu a Deus que o ajudasse, porque aquela atitude estaria mudando a vida deles por no mínimo 20 anos, até que as crianças pudessem levar suas próprias vidas. Hoje essas crianças já são adultos e todos são casados e têm suas famílias aqui. Nos contou a história porque pedimos, a Loretta tinha nos adiantado um pouco, mas o que ele realmente gosta de falar é sobre as outras famílias que ajuda com a loja que montou. Percebeu que muitas dessas famílias necessitadas sobrevivem de artesanato no norte e nordeste do Brasil, então ele achou que a forma de dar alguma renda e autonomia para essas pessoas, seria garantir que seu trabalho pudesse ser comprado. Trouxe um pouco, depois foi buscar mais e hoje viaja duas vezes por ano para o Brasil e tem um depósito no norte para fazer os estoques. A estrutura do negócio é bem rudimentar, porque os artesão não tem nem telefone, em sua grande maioria. Muitas vezes, o contato é um orelhão próximo ou um ponto de comércio. Ele tentou profissionalizar e montar uma cooperativa, contratar um escritório que intermediasse os negócios, mas ninguém aceitou por causa dessa condição. O contato dele na região é o Silas, um rapaz que teve polio na infância (doença que o Rotary Internacional tem um trabalho muito intenso pela erradicação http://www.endpolio.org/pt) e que precisa do trabalho, compreende a realidade dos artesãos e eles trabalham dessa forma.
Eu pedi porque ele decidiu ajudar necessitados no Brasil e não aqui e ele me respondeu que no Brasil eles aceitam ajuda e recebem quem quer oferecer algum caminho. E que aqui, os mais necessitados olham para ele como se ele os devesse alguma coisa, não são receptivos.
O que ele faz não é caridade, até porque também vive disso. O que ele tenta é possibilitar que pessoas possam se sustentar pelo seu próprio trabalho, o que é um exemplo bem inspirador.
Todos ficaram muito interessados pela hstória e a Jaque ficou de pesquisar algumas formas de facilitar a importação (ela é nossa profissional do Comércio Exterior).

 
Silas
Havaianas aqui custam 28 DÓLARES! Mas é o preço aqui.
Os outros produtos tem os preços parecidos com esse tipo de artesanato no Brasil
se não forem comprados direto nas feirinhas.
 
 
Steve, sua esposa, nossa Loretta e o grupo

 
Essas fotos são de pessoas que ele
realmente conhece e que fazem os produtos
 
Saímos de lá conversando sobre fazermos tão pouco pela nossa comunidade, quem dirá por pessoas em outro lugar do mundo. Acredito que seu trabalho pode inspirar futuras iniciativas do grupo.. Obrigada, Steve!
 
Parada para nos alimentarmos fisicamente, pois espiritualmente já tínhamos ganhado o dia!
Voltamos para casa, nos encontramos com  o Ronye e a família do Scott e fomos direto para um jogo de Lacrosse, que é bem típico daqui. É um esporte de equipe, jogado com tacos com uma rede na ponta para segurar e arremessar a bola. Chegamos à conclusão que eles devem se machucar bastante, porque para terem a posse da bola, batem no taco e nem sempre essa tentativa acerta o taco.. muitas vezes acerta o jogador! A esposa do Scott, que trabalha como assistente médica nessa área, disse que os piores machucados são do Lacrosse. Infelizmente "nosso" time não ganhou, mas fizemos nossa torcida com a família do Scott. "Zig-zag, zig-zag, ow, ow, ow".. algo assim! Scott check me if I'm wrong!
 


 
 

Com o jogador preferido da Maddy (a menina de cinza na frente).
Pedi se ele era o melhor e ela respondeu: "Bem, para mim, ele é!"
Cutie!
 
Chegando em casa e a Loretta quis nos ensinar uma dancinha (shag) e vamos tentar postar o vídeo... ficou engraçado! Depois tentamos ensinar os poucos passinhos que sabemos de samba, mas ela disse que é muito difícil! Ensinamos que também dá para dar aquela disfarçada e seguir o ritmo.. =)

Domingo foi dia de mudar de casa... dizemos muitos "nice to meet you" aqui, o que é a parte mais incrível de tudo para quem gosta de conhecer pessoas e suas histórias. Mas a experiência do domingo nos fez entender que dizer "bye" pode ser bem difícil.

O próximo post é para os nossos primeiros hosts!

Fernanda


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